terça-feira, 24 de setembro de 2013

" Se não podes vencê-los, junta-te a eles!"

Desde há algum tempo que as  modernas teorias pedagógicas se encaixam neste velho, mas sempre atual, lema.
Com efeito, mais do que contrariar, há que analisar, adaptar e utilizar aquilo que, incialmente, se afigura como um problema.
E hoje o problema é, essencialmente, que os alunos não pensam.E não pensam porque pensam por eles.
" Os alunos pedem, demasiadas vezes, ajuda entes de investir qualquer esforço mental na resolução de problemas, pois aprenderam a não ter capacidade de reação e acreditam que isso não é culpa deles."  (Jonassen, D. " Computadores, ferramentas cognitivas." 2000 Porto Editora, p 298).

Como contrariar essa tendência sem o fazer de forma a que os alunos se afastem da escola e do saber?
A resposta ( não a solução porque nesta matéria as soluções não passam de etapas para a resolução de problemas) passa pela já bem conhecida, de quem por estas matérias se interesse, " motivação".

E quais são as motivações dos nossos jovens hoje? Media e novas tecnologias, nomeadamente redes socias e videojogos.
 E poderá a escola utilizar como instrumento e motivação  o jogo e as redes sociais?
E porque não?- dirão uns. Nunca!- dirão outros. Isso será um contrasenso: Jogar não é sinónimo de aprender,  e as redes sociais não passam de espacos de convivio virtual equivalentes ao café, lugar mundano e pouco ou nada científico..
E afinal em que ficamos? Ambas as opiniões serão em parte válidas, porém.... está  cientificamente provado, que os videojogos podem contribuir em muito para o desenvolvimento de  aprendizagens e  de funções cognitivas, nomeadamente da lógica e do raciocínio. Sabe-se também que, do convívio resulta a troca de ideias e de pensamentos, o desenvolvimento da argumentação e consequentemente do pensamento critico.
Porque não então utilizar na escola, com as devidas adaptações, estes dois instrumentos de  aprendizagem para inclusivamente reverter os seus possíveis "maus usos"?
No seu livro " Computadores, ferramentas cognitivas.", David Jonassen prova e demonstra exatamente  isso: "o computador é uma ferramenta que pode "levar o aluno  a construir conhecimento" e, se devidamente trabalhado, pode também revelar-se uma ótima extensão da capacidade humana de invenção e criação".(Fernando Albuquerque  Costa; op. cit. p.12).
Enquanto laboratório do saber, cabe à escola explorar os recursos mais viáveis de forma a obter sucesso nos seus propósitos de transmissora de saberes e de conhecimento.
E se os nosos " nativos digitais" o continuarão a ser no futuro,s e a realidade da suremacia da imagem parece ser incontornável, há que a tentar  vencer, absorvendo-a e  conquistando-a "pondo-a a jogar a nosso favor".
Desde que bem utilizado  (como ferramenta cognitiva), o computador ajuda e pensar (crítica e significativamente) e  maioritariamente de forma lúdica e motivadora.
" Uma ação cognitiva ativa e consciente, bem como a autoregulação, devem tornar-se uma parte natural do reportório do aluno." (op cit. p.298)
 Na minha atividade docente procuro utilizar uma pedagogia construtivista e implementar praticas colaborativistas. Frequentemente acabo sozinha com os meus alunos ou a criar/adaptar  materiais uteis para as várias disciplinas curriculares. Continuo, no entanto a acreditar que quando oss meus alunos me dizem que " foram à wiki de turma " treinar exercicios para o teste" ou me pedem para colocar lá também material para outras disciplinas ou ainda me rodeiam a secretária e inundam de perguntas sobre "como podem fazer" ou "onde podem arranjar algo de que necessitam", estou a cumprir a minha missão motivadora de adjuvante para o alcance do conhecimento por parte de outrem.
Deixo alguns links do desafio que  tem sido o meu trabalho "digital".



 http://62ac.wikispaces.com/62ac
 
 http://61ac.wikispaces.com/

 http://54acosta.wikispaces.com/
  
 http://53ac.wikispaces.com/entrada

 http://pt.calameo.com/read/000509486a1fc608e11ce?authid=hmK5LmT0lygT

 http://issuu.com/home/publications

 http://www.slideshare.net/tmvcr/edit_my_uploads?page=1


http://storybird.com/books/o-gato-das-bolhas/?token=kk8cnr72kxhttp://storybird.com/books/o-gato-das-bolhas/?token=kk8cnr72kx

Coisas que faço para os meus alunos (2)


É quase lugar comum dizer que a "juventude atual" não lê.

 De facto, lê-se cada vez menos.Apontam-se várias razões e culpados há muitos.
Mas será que se perde o gosto de ler assim de um dia para o outro? Será que hoje já não se consegue acirrar a curiosidade para o livro e para a leitura a não ser em honrosas exceções? Não acredito. E cada vez menos me convenço de que o mal não vem de quem promove, ou não sabe promover o livro e a leitura. E não me venham dizer que é a crise pois quem quer ler pode ir às bilbiotecas (e hoje temos muitas e bem apetrechadas!) que não paga nada por isso... então porque razão não se lê e os professores têm tanta dificuldade em convencer os alunos a fazê-lo?
 Um dia tentei vestir a pele de um dos meus alunos mais "avessos" à leitura e cheguei à conclusão ( a suspeição bailava já há muito no meu espírito)  que se fosse ele(s) o mais provável era não gostar de ler e preferir os videojogos a tv ou a internet.
 Se grande parte dos livros não me cativava, como os podia estudar?
 Há livros cativantes, direi mesmo "viciantes", que nos fazem "correr mundos" e perder a noção do tempo. Há livros que, como os amigos, nos fazem desejar "conhecer mais" e " estar com eles". Mas onde páram? Como posso conhecê-los se me não apresentarem pelo menos um? E eu? Como posso ser boa professora se não souber "despertar e manter o desejo de apreender/ler?"

 Foi por pensamentos destes que, quando a escola me desafiou para elaborar um blogue para a biblioteca/centro de recursos, criei uma personagem fictícia elaborei este "avatar/Voki" que vos apresento.

 

...e porque educar é preciso...exemplos do meu contributo quotidiano...


Sou professora de Português do 2º ciclo do Ensino Básico (5º e 6º Ano). A maioria dos meus alunos tem cerca de 10, 11 e 12 anos.São ainda muito novinhos eu sei, mas comigo aprende o que são direitos e deveres:"cidadania" portanto. Comigo os alunos aprendem a não cometer plágio; a respeitar o outro e a exigir serem respeitados. E gostam. Gostam de sentir que -afinal de contas- são cidadãos e importam como tal; que zelando pelos outros zelam também por si "respeitar para ser respeitado. E entendem o valor das "coisas", nomeadamente o valor da propriedade intelectual. E eu sinto-me feliz de contribuir para isso. No início do ano letivo, quando abordo a temática do "como se faz um trabalho?" e " que tipo de trabalhos se podem realizar na disciplina de Português?" explico o plágio e por acréscimo o respeito pelo outro. A partir daí tudo se torna mais fácil.Como se pode verificar por uma das "wikipages" que dinamizo junto com as minhas turmas da escola em que trabalho. O resultado é visivel não só, no "Voki" sobre a temática "plágio", como nos trabalhos pubicados pelos alunos onde, à sua medida é certo, os alunos demonstram já um grande respeito pelos direitos de autor. E quem melhor que os meus leitores para o julgar? Então...boa viagem pelas minhas aventuras docentes... ;-)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desafios metacognitivos


Pode não parecer, mas sou dona de uma mente "irrequieta" e para mim a vida é um constante desafio. Assim sendo, só podia encarar esta profissão de professora de uma forma também ela irrequieta. Para mim, ensinar alguém implica que esse alguém aprenda. E se tal não acontece o problema estará, muito provavelmente, em mim. E o desafio é conseguir transmitir o saber ao outro seja de que forma for. Metacognição primeira: porque razão o aluno não aprende o que lhe tento transmitir? Metacognição segunda: como posso levá-lo a aprender? Diagnóstico feito, devo traçar um caminho que passa certamente pela motivação e pela velha filosofia do "ensinar a pescar" em vez de "dar o peixe" .E é precisamente para o caminho que necessito de instrumentos, ferramentas que ajudem os " intervenientes da jornada" a alcançar os objetivos/ metas. Para mim, professora , são essenciais instrumentos motivacionais e com potencial criativo. Para o "aprendente" a vontade de participar no que lhe proponho e que implica aprendizagens, muitas vezes prévias, para atingir a mestria do que almeja. É aqui, e neste sentido essencialmente, que uso as ferramentas informáticas. No caso da banda desenhada (um conteúdo programático) comecei por fazer uma primeira abordagem com um powerpoint de caráter explicativo e depois mostrei como se poderia facilmente construir uma banda desenhada com um pequeno programa gratuito. Claro que todos os alunos ficaram entusiasmados com a hipótese de construirem a sua banda desenhada e comprometeram-se a construi-la. Os problemas surgiram quando perceberam que tinham que ter (construir, inventar) uma história e colocá-la em banda desenhada que era uma linguagem diferente daquela a que estavam habituados. Depois era preciso colocar-se do lado do leitor de forma a que a história fosse agradável e captasse a atenção do leitor. Entusiasmo significa trabalho e quando esse trabalho é solitário, a desistência e abandono do projeto são os caminhos mais prováveis. Infelizmente a maior parte dos meus alunos não tem grande acompanhamento familiar e os ATL e Salas de estudo nem sempre estão preparados para lhes dar a atenção personalizada de que necessitam. Resultado: apenas alguns alunos realizaram a sua BD. Esta que vos apresento é a que melhor cumpriu os requisitos pois o aluno não só consttruiu uma história original, como aproveiou a matéria de História de Portugal para a construir. Quando, orgulhoso, me apresentou o trabalho, teve o cuidado de referir que se tratava de um trabalho útil também para a disciplina de HGP (história e geografia de portugal). Com este trabalho, o aluno não só atingiu e reforçou várias metas de língua portuguesa e HGP, como exercitou a criatividade e com isso obteve prazer. Houve já casos em que a partir de trabalhos de alunos com sucesso para além do esperado, lhes solicitei a exposição dos mesmos (aula) aos colegas, o que me permitiu também que eles aprendessem novas técnicas (apresentação de trabalhos...) e entendessem o que é estar do lado de lá das mesas de aluno (portanto comportamento cívico). Pensar e sentir são muito importantes no ensino/ aprendizagem e os computadores " enquanto ferramentas cognitivas" desempenham um papel muito importante, principalmente na era do (audio) visual.