terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desafios metacognitivos


Pode não parecer, mas sou dona de uma mente "irrequieta" e para mim a vida é um constante desafio. Assim sendo, só podia encarar esta profissão de professora de uma forma também ela irrequieta. Para mim, ensinar alguém implica que esse alguém aprenda. E se tal não acontece o problema estará, muito provavelmente, em mim. E o desafio é conseguir transmitir o saber ao outro seja de que forma for. Metacognição primeira: porque razão o aluno não aprende o que lhe tento transmitir? Metacognição segunda: como posso levá-lo a aprender? Diagnóstico feito, devo traçar um caminho que passa certamente pela motivação e pela velha filosofia do "ensinar a pescar" em vez de "dar o peixe" .E é precisamente para o caminho que necessito de instrumentos, ferramentas que ajudem os " intervenientes da jornada" a alcançar os objetivos/ metas. Para mim, professora , são essenciais instrumentos motivacionais e com potencial criativo. Para o "aprendente" a vontade de participar no que lhe proponho e que implica aprendizagens, muitas vezes prévias, para atingir a mestria do que almeja. É aqui, e neste sentido essencialmente, que uso as ferramentas informáticas. No caso da banda desenhada (um conteúdo programático) comecei por fazer uma primeira abordagem com um powerpoint de caráter explicativo e depois mostrei como se poderia facilmente construir uma banda desenhada com um pequeno programa gratuito. Claro que todos os alunos ficaram entusiasmados com a hipótese de construirem a sua banda desenhada e comprometeram-se a construi-la. Os problemas surgiram quando perceberam que tinham que ter (construir, inventar) uma história e colocá-la em banda desenhada que era uma linguagem diferente daquela a que estavam habituados. Depois era preciso colocar-se do lado do leitor de forma a que a história fosse agradável e captasse a atenção do leitor. Entusiasmo significa trabalho e quando esse trabalho é solitário, a desistência e abandono do projeto são os caminhos mais prováveis. Infelizmente a maior parte dos meus alunos não tem grande acompanhamento familiar e os ATL e Salas de estudo nem sempre estão preparados para lhes dar a atenção personalizada de que necessitam. Resultado: apenas alguns alunos realizaram a sua BD. Esta que vos apresento é a que melhor cumpriu os requisitos pois o aluno não só consttruiu uma história original, como aproveiou a matéria de História de Portugal para a construir. Quando, orgulhoso, me apresentou o trabalho, teve o cuidado de referir que se tratava de um trabalho útil também para a disciplina de HGP (história e geografia de portugal). Com este trabalho, o aluno não só atingiu e reforçou várias metas de língua portuguesa e HGP, como exercitou a criatividade e com isso obteve prazer. Houve já casos em que a partir de trabalhos de alunos com sucesso para além do esperado, lhes solicitei a exposição dos mesmos (aula) aos colegas, o que me permitiu também que eles aprendessem novas técnicas (apresentação de trabalhos...) e entendessem o que é estar do lado de lá das mesas de aluno (portanto comportamento cívico). Pensar e sentir são muito importantes no ensino/ aprendizagem e os computadores " enquanto ferramentas cognitivas" desempenham um papel muito importante, principalmente na era do (audio) visual.

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